Coço a testa, sinto uma nova espinha nascendo, estalo os dedos. E sem inspiração pra escrever, vou dormir. O sono não vem.
Desde criança fui criada em uma casa e uma rua muito movimentada: trânsito intenso, som de buzina, cachorro latindo, uma avó estressada, uma tia escandalosa.
Meus pais se separaram quando eu ainda era muito nova, e um pouco mais tarde meu pai se mudou pra uma cidadezinha no interior de MG e eu continuei morando lá com a vovó. Uma ou duas vezes por ano venho aqui visitá-lo (escrevo daqui). Porém, nunca tinha presenciado uma situação como a da noite de ontem.
Olho pra frente e consigo ver o horizonte. Olho pro céu e vejo tantas estrelas que parece que, como mágica, alguém pegou um quilo de porpurina e jogou pro alto. Mas quando vou dormir, o silêncio me incomoda. Não se ouve som de lado algum. E como estava frio, nem o barulho do ventilador ou do ar condicionado eu podia ouvir. Nossa, mas o silêncio gritava nos meus ouvidos tão acostumados com os ruídos da cidade grande. Piiiiiin!
Estranha experiência. Acordei e refleti sobre o fato: as vezes nos acostumamos tanto com o barulho que o silêncio absoluto se torna perturbador.
Quando contei isso pra minha irmã que mora aqui ela perguntou se eu estava louca...
por P. Stephânia
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